Há dois fatôres primordiais que desvirtuam as relações dos homens com Deus, desviando-o do seu caminho supremo: o materialismo e o formalismo.
O materialismo nega a existência de um mundo espiritual. Ora, se não há Deus eterno e alma imortal, exploremos o mais possível a vida presente, conquistemos bens de fortuna, glórias, prazeres na maior abundância e desprezemos todos os elementos espirituais como utopia e quimera. O formalismo admite a existência de um mundo espiritual e julga pautar por esse credo o seu destino. Mas engana-se a si mesmo. O que e/e chama religião não passa, geralmente, de estéreis fórmulas e cerimónias.
Repetir mecanicamente certas palavras, executar determinados "trabalhos", desfiar certo número de orações — é o gire e denomina piedade, religião, vida espiritualNão, não é isso a vida espiritual. Ela é antes de tudo o cumprimento dos deveres do homem para com Deus, a fim de seguir sempre o caminho reto.
A vida é breve. Daqui a uns anos, uns decénios talvez, autor e leitores transporemos o limiar do mundo espiritual, e lá sim, poderemos conhecer a verdadeira vida. Aquele que não souber se conduzir na vida terrena, automaticamente terá de espiar pelos males causados nesta nossa presente etapa, de um caminh..
Quando os pensamentos não estão organizados e dirigidos para um objetivo determinado, a vontade se perde e é como se o imã ficasse girando de um lado para o outro, sem se definir quais objetos atrair.
Um imã não tem poder de escolha, você tem e esta é a principal diferença. A energia mental existente em você deve ser dirigida para um objeto claro e definido: a riqueza.
Embora já tenhamos visto que o Criador dá a todos os seres humanos um equipamento igual chamado cérebro, alguns ainda relutarão em usar este equipamento para atingir suas metas e realizarem-se plenamente neste mundo...
Em que consiste uma oferenda para o orixá? Como prepará-la? Onde e quando despachá-la? Estas são algumas perguntas que surgem nas pessoas quando desejam fazer ebós para os orixás em troca de favores, em agradecimento ou para equilibrar sua relação com as divindades.
A força ou axé dos orixás é compreendida como a energia contida dentro e fora de cada pessoa, sendo que todo e qualquer possível desequilíbrio entre estas duas dimensões deve ser corrigido pela prática ritual de um ebó que, literalmente, significa sacrifício.
A determinação dos elementos dos reinos animal, vegetal e mineral que irão compor este ebó bem como os procedimentos rituais que o integrarão são de responsabilidade do pai-de-santo.
Existe, no entanto, outro sentido para a realização do sacrifício: o de prevenir-se do desequilíbrio, evitando que este venha a ocorrer, mediante o oferecimento regular de um agrado ao orixá dono de sua cabeça, uma oferenda.
Esta prática ajuda a fim de invocar sua permanente proteção para que não lhe faltem amor, saúde, trabalho e para que a prosperidade se instale em casa.
Resumindo, a prática propiciatória do ebó auxilia a superar com equilíbrio os problemas inerentes à condição humana.É especialmente neste sentido que se faz..
O sociólogo Nívio Ramos Salles, de forma acessível e com linguagem popular, conduz o leitor a uma fascinante viagem de descobertas pelo lendário de nosso saber popular e seus rituais, desvendando a alma brasileira - este cadinho de raças que revela a essência da cultura negro-brasileira...